quarta-feira, 12 de março de 2008

Uma velha Fábula


"Prisioneiro de meu próprio inferno
Esta chama sempre arderá
Neste corpo de cinzas de carne
Neste aglomerado de vísceras revoltas
Com chumbo correndo às veias
E queimando até a auto-destruição"

Assim será até o cigarro acabar...
Vejo a rua, limpa e vazia...quando banhada pelo sol, a rua não é assim.
Ela é suja e infestada, mas agora não passa de um deserto onde a escuridão vaga só.
Está vazia...da boca aos pés, vazia...
Não importa o quanto você sinta o “pra sempre”
O “pra sempre” nunca sentirá você
Não é mais o bastante...
Não serve mais olhar pela janela da jaula...
Não existem mais respostas pra mim...
O velho lobo esqueceu o caminho de casa...
Ninguém nunca tinha me dito que o “pra sempre” cheirava como a velha casa...
O quanto disso é real?
Nossos papéis não fazem mais sentido nessa comédia...
O velho lobo... Agrilhoado, acorrentado em sua pele de cordeiro...
Deus protege seu rebanho? O quanto disso é real?
Deus: ”a bengala dos coitados”
O velho lobo está engaiolado no rebanho dos coitados...
Um cordeiro, um rebanho...
Penso no que as pessoas q eu conheço estão fazendo.
No que estão pensando, se pensam ou se são desprovidas como a rua...
O rosto...mais uma vez na fumaça...eu ansioso espero o próximo sopro.
A cada sopro um novo rosto...repetidas vezes...o mesmo rosto, diferentes formas
Mas não deixam as coisas mais fáceis...
As formas dançam ao som do vento...a melodia é lenta e delicada.
Assim como uma ópera, na qual a escuridão e o vento regem todo o resto
[toda a minha imaginação]
Seu focinho fica louco nesse holocausto de cheiros...
O rebanho é gordo e sujo... Seus abortos entopem os buracos
O velho lobo-mau perde sua herança a cada instante
Seu focinho é instrumento de sua própria desgraça...
Por isso o velho lobo na pele de cordeiro não para de fumar...
Na tentativa de nublar seu olfato do lixo... Lixo do rebanho de Deus...
Cansado de respirar ele fuma...a falta de um suspiro se faz necessário de vez em quando...
Seus olhos mal conseguem brilhar na escuridão...
A tristeza será a chave do poeta?
Tenho medo de querer abrir essa porta...
O velho lobo-mau só pode pedir desculpas a sua alma...
Sua pele de cordeiro o envenena com pensamentos calculistas e egoístas...
Quanto mais o tempo passa, mais próximo do rebanho de Deus o velho lobo fica...
Chapeuzinho-vermelho... O velho lobo nem lembra mais
Os Príncipes-Encantados querem matá-lo... Isso é fato
Branca-de-Neve e Vermelha-de-Rosa, suas amigas o acalmam em dias tempestuosos...
Ele entregou seu coração a uma Ventania, ela o ensinou a Soprar mais forte do que antes...
Saudades da terra-natal... O passado sempre parece mais doce...
Enquanto o lobo viver e respirar distante ele estará... E essa alegria ele não “sofrerá”...

7 comentários:

Ellen Fernandes disse...

Por menos que queira o homem vive mais de passado doque aproveita o presente..!

israel disse...

pois é meu velho o pra sempre, sempre acaba...

belo texto!!

falou!!

Maldictus Otarius disse...

o inferno é open bar.
ei,
vamo beber
xD

Cineclube Internacional disse...

livre-se das cinzas.. e das espessas fumaças
breath the air..
=*

Anônimo disse...

livre-se das cinzas..
não deixe-se expirar nas ondas circulares da fumaça..
respire o ar, exale emoção
;*

Polly . disse...

soh sei de uma coisa:
vamu beber pq amar eh impossivel
;P

Anônimo disse...

Ah coração,você não sabe as respostas e eu não quero mais as perguntas.
só quero ser farejada.

=*******